terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aquarela de um Dálmata

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Quando eu era pequeno o meu pai trouxe para casa uma cachorra Dálmata. Ela se chamava Laica e quando veio não era mais filhote, devia ter aproximadamente um ano de idade. Ela era muito tranqüila e dócil. Não teve filhotes, apesar de termos tentado cruza-la com outro cachorro da mesma raça. Gostava muito daquela cachorra.  Acho interessante quando algumas lembranças do passado retornam em fatos completamente novos. Hoje tenho outro cachorro Dálmata chamado Tom, mas este é bem diferente da Laica. O Tom é um espoleta!

No sábado passado procurei executar um trabalho que há algumas semanas planejava, era uma pintura em aquarela do Tom. O resultado é este que aqui apresento. Também aproveitei a ocasião para documentar os principais passos para auxiliar aqueles que gostariam de aprender a pintar em aquarelas.

Passo-a-passo

Como o meu cachorro é muito agitado não consegui fazer um trabalho de observação, pois ele gosta de correr, pular e brincar.  Então a minha melhor alternativa foi apelar para uma fotografia de referência. Pintar por uma imagem é algo que sempre evito, pois perde-se o contato com a realidade. A fotografia sempre será uma reprodução, não a realidade. Ao menos o cachorro estava na porta do estúdio, para eu observar.

Abri a fotografia no computador - vamos preservar a natureza evitando impressões desnecessárias –, comecei a delinear a lápis o espaço no papel que seria utilizado, também acertando a composição, as formas, as sombras e as luzes.  Sempre devemos fazer um estudo prévio, mesmo que um simples esboço a lápis. Isso ajuda no enquadramento e geralmente utilizo um grafite HB.

Depois deste planejamento, marquei onde estariam as luzes que eram as partes do papel que não deveria pintar.  Estas áreas são as mais importantes pois o aquarelista não utiliza tinta branca, simplesmente deixa parte do papel sem pintar. Esta é uma das principais características da aquarela.

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Primeiro pintei uma camada de sombra bem transparente e gradativamente apliquei outras mais intensas. Para a primeira cor de sombra do pelo utilizei uma mistura de preto com azul cobalto e um pouco de amarelo ocre para esquentar a sombra. Cuidado ao utilizar a mistura de azul com amarelo ocre pois o resultado é verde!

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Nas sombras mais escuras eu acrescentei um pouco mais de preto e azulcom pouca água. Para as pintas utilizei o preto, azul cobalto e carmim. O resultado é um tom escuro e bem quente. Aproveitei o mesmo e fiz outros detalhes, como os olhos e o nariz do cachorro.

No fundo utilizei uma cor mais escura, para ressaltar a luz. O alto contraste é um artifício interessante, deixando as luzes muito intensas.

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Pintar este trabalho foi bem rápido, não gastei mais que trinta minutos, contudo a preparação para ele ocorreu em um pouco mais de três semanas. Após a fotografia fiquei pensando como iria resolver e então quando parei para pintar tudo foi muito rápido, só precisando fazer um esboço de referência.
A aquarela é uma técnica que há muito aprecio e já há alguns anos venho treinando. Este foi o meu estudo de número #360, ainda restam mais quarenta até eu chegar na meta das quatrocentas aquarelas.

2 comentários:

saulo dias disse...

Olá Marcelo, tudo bom !!! Agradeço pelos elogios feitos ao blog, tenho tentando manter ele atualizado, é muito bom divulgar a arte contemporânea... é muita informação que podemos aproveitar!!!!!

Vou divulgar o evento que vai rolar por ai em Guarulhos, gostaria de agilizar um evento desse aqui no ES, como faço? você pode me passar informações?

mantenha contato,
saulodias@terra.com.br

abraço,
saulo dias
2 veís 1

Elcio disse...

um dia eu chego la.
um dia essa relacao de amor e odio p c as aguarelas passa....espero.
kkkkkkkkkkkk

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