domingo, 29 de fevereiro de 2004







Poderia resumir a exposição Picasso na Oca, com apenas uma única palavra, bárbaro! O bicho raro aqui acompanhou esta inestimável oportunidade para nós, herdeiros da linhagem tupi guarani, e contarei um pouco sobre minhas impressões.

A Oca com sua fachada belíssima, em forma do próprio nome, e um interior contemporâneo está localizada no parque do Ibirapuera, zona sul da cidade de São Paulo e apresenta desde Janeiro 126 obras que contam a vida de Picasso, um dos poucos artistas completos e também principal representante do cubismo. Alem das próprias obras, os organizadores fizeram o uso de textos, fotografias de época e uma pitada de multimídia.

Contendo a euforia da entrada, o primeiro contato foi com uma verdadeira obra de multimídia, nada de PowerPoint ou outro software qualquer, algo bem grandioso. Os organizadores prepararam para a recepção telões, incontáveis, rodando obras de Picasso, dispostos como pilares em uma grande sala escura, repleta de espelhos multiplicando o ambiente a cada lado que se olhe, telões verticais, ao som de uma delicada musica ambiente. Daí para frente começavam os períodos da vida de Picasso em suas obras. Foram organizados em ordem cronológica, tornando assim didático para os curiosos e intuitiva para os já conhecedores do assunto.

No subsolo foi montando um labirinto, repleto também de espelhos, simbolizando o labirinto do Minotauro, onde o conceito desta figura e o objetivo na mostra é fundamental para entender Picasso. Olhando para o alto do labirinto, em uma das paredes, avistava-se um enorme painel fracionado em pequenos retângulos verticais e pendurados no centro de cada retângulo de cima por um fio transparente. O térreo e o primeiro andar mostravam cronologicamente, alguns de seus principais trabalhos. Difícil seria escolher, e também localizar, as peças para uma mostra completa, levando-se em conta o vasto trabalho produzido em uma vida por Pablo Picasso.
O segundo andar, o mais belo em minha humilde opinião, fora dedicado para os trabalhos finais do grande mestre, com sua característica já cravada, junto com o trabalho mais notável, uma instalação, chamada de Os Banhistas. Para este trabalho, foi construído um tanque com água, com as bordas e o fundo negros, saindo da água luzes direcionadas para seis figuras humanas, em chapas, trabalhadas de acordo com as características já consagradas de Picasso.

Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de apreciar esta iguaria, não irei tirar o gostinho das novidades, e recomendo que se apressem, pois esta exposição irá se estender até 2 de maio. Para quem já visitou, vamos torcer para que eventos como este sempre se realizem, visto que a globalização as vezes se esquece de nós, índios tupi guarani.










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